Eu trabalhei com uma classe especial -alfabetização, há muito tempo atrás na escola do município. Eram alunos que, numa classe regular não acompanhavam, ou melhor “atrapalhavam” os ditos normais. Na época eu estava grávida da minha filha. Nesta classe tinha alunos de idades distintas, alturas variadas e da mesma forma, diagnósticos diferentes. Não recebi nada a mais por trabalhar numa classe especial. Mesmo não precisava, porque o resultado do meu trabalho não teve preço. Entre meninas e meninos, tínhamos crianças calmas e agressivas. Lembro-me que a SMED mandava material exclusivo para a turma e a diretora boicotava. Que Deus a tenha.
Dentro do ensino-aprendizagem os alunos se desenvolveram bem. Durante no mês de outubro teve uma gincana para os alunos e os meus alunos foram bem, ganharam medalhas de 2º lugar. Apesar do medo que eles tinham e da timidez consegui fazê-los sentirem-se fortes e aptos. E todas as atividades que eles não se saíram bem, eu as retomei nas aulas para que conseguissem lograr êxito.
É bom lembrar essa época, tenho saudades.
Teve um dia que o José era mais alto que eu, mas muito bonito resolveu que iria atirar uma classe no colega e eu fiquei na frente do menino argumentando para que o José não fizesse isso. Dava um medo. Mas, ao mesmo tempo em que eu falava com o menino, eu rezava. A mãe dele também tinha problemas mentais, quando era chamada queria bater na diretora, na professora. Mas isso ela nunca fez comigo, pois eu a tratava com carinho e elogiava as atitudes e aprendizagens positivas do José.
Havia outro menino, que tinha uma válvula na cabeça, não recordo o nome dele, mas consigo lembrar o seu rosto. Tinha pouco cabelo, uns fios. A tia que trazia ele. Ela contou-me que ele tinha poucos dias, meses ou anos de vida. Ele tinha um rosto bochechudo também era bonito. Tinha dificuldade motora fina e ampla, mas era muito interessado. Soube que já é falecido.
Outra experiência foi com o filho de um casal de primos. Eles tiveram um menino, que na hora do parto o cordão umbilical sufocou o bebê ao se enrolar no pescoço dele. Esse fato comprometeu todo o funcionamento nervoso. Não anda, não come sozinho, não faz suas necessidades sozinho, alguns sons ele consegue emitir como “aga” para água por exemplo. É muito inteligente. Esse menino eu trabalhei com ele alfabetização com muito material audiovisual na casa dele.
domingo, 29 de março de 2009
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Um comentário:
Oi Maria Lúcia, muito bonitas as tuas histórias com essas crianças, acredito que tenhas aprendido bastante com elas. Lendo essa tua postagem, fiquei pensando que poderias trazer alguns links dessas tuas experiências com os textos e discussões que vocês estão vivenciando na interdisciplina, que tal? Penso que enriqueceria ainda mais o teu relato. Abração, Sibicca
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