segunda-feira, 26 de novembro de 2007

IMPORTÂNCIA DA MÚSICA

A música faz parte de nossa vida desde que estamos no ventre da mãe. Ouvimos e reagimos a ela.

Após o nascimento, conhecemos um repertório novo e ele vai fazendo parte de nossa vida, da vida da nossa família. Arriscamos alguns passos e cantamos imitando os grandes.

É música em casa, na TV, no carro, na rua, nas lojas, em épocas de festas, a do carro do gás, e assim vai.

Quando entramos na educação infantil aprendemos um repertório novo, com músicas escolhidas a dedo, para nosso desenvolvimento. Também nos divertimos com as brincadeiras de roda cantada.

Aprendemos a dançar e cantar músicas de acordo com as datas comemorativas. Reproduzimos algumas canções dos apresentadores de programas infantis ou de propagandas. Cantamos e bailamos.

O tempo vai passando e vamos recebendo a influência da mídia através das músicas mais tocadas e badaladas. Nossos pais acham isto muito bonito. Até compram os CDs que tanto queremos.

Acompanhamos novelas, seriados, minisséries, festivais. Muitas músicas nos chamam a atenção.

Ficamos adolescentes e rebeldes, gostamos de nos isolar. Agora é só rock.

Mas como tudo na vida passa e nós não vivemos sozinhos, aprendemos a gostar de bailão para acompanhar o namorado ou para “pegar uns corpos” como dizem.

Depois, durante a velhice, ficamos com os “recuerdos”.

Mas qual tipo de música, realmente, eu gosto? Eu conheço todos os tipos de música? O que é música, afinal?

A música tem grande importância na nossa vida, pois quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, a criatividade, inclusive dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar esta atividade com os alunos em sala de aula.

Tanto a música quanto a dança atuam no corpo despertando emoções, com isso ela equilibra as mudanças que ocorrem no nosso corpo, interferindo na receptividade sensorial e minimizando os efeitos de fadiga ou levando a fruição do aluno.

Sabe-se que a expressão musical exerce importante papel na ludicidade das crianças, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade, promove a autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética.

“A música como sempre esteve presente na vida dos seres humanos, ela também sempre está presente na escola para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso de criação e recreação”. FARIA (2001, p. 24), A música, fator importante na aprendizagem. Assis Chateaubriand – Pr, 2001. 40f. Monografia (Especialização em Psicopedagogia)

As crianças gostam de acompanhar as músicas com movimentos do corpo, tais como palmas, sapateado, dança, volteios de cabeça, etc.

E a partir da relação entre o gesto e o som que a criança, ouvindo, cantando, imitando, dançando, constrói seu conhecimento sobre a música.

O educador, antes de transmitir uma cultura musical, deve conhecer o universo musical ao qual a criança esta inserida e propiciar atividades relacionadas com a descoberta e com a criação de novas formas de expressão.

Uma aprendizagem voltada somente para os aspectos técnicos da música pode ser fadada ao caos. Mas, se ela despertar o senso musical e desenvolver a sensibilidade, está sim será significativa.

A criança, até certo ponto, reproduz a própria história do desenvolvimento: ela cresce em seu conhecimento da música, descobrindo sons e ritmos, desenhando, experimentando e confeccionando instrumentos.

A música pode contribuir bastante para que ela se relacione com o mundo e seus semelhantes, expressando seus sentimentos e demonstrando como percebe seu meio.

“A música é uma linguagem expressiva e as canções são vínculos de emoções e sentimentos e podem fazer com que a criança reconheça nelas seu próprio sentir” (ROSA, 1990, p.19) ROSA, Nereide S. Santana. Educação musical para pré-escola. São Paulo: Ática, 1990.

O professor pode trabalhar a música em todas as áreas da educação, favorecendo a linguagem motora, o raciocínio, a memorização e a atenção. O simples ato de cantar propiciará esse desenvolvimento na criança.

A música tem papel fundamental no desenvolvimento e na formação do ser humano.

Estudiosos como Piaget e Jean Jacques Rousseau, ressaltam a importância da música na construção do conhecimento.

Luckesi nos agracia quando diz que o educando por ser um sujeito ativo, e pela ação, ao “mesmo tempo se constrói e se aliena”; é o sujeito que faz uma reflexão sobre sua ação, em busca de conhecimentos, habilidades e modos de agir.

O aluno não vai à escola para confirmar o que já sabe, mas sim para qualificar e alcançar níveis diferenciados para sua formação e cultura.

Por isso, temos que ter o cuidado e estar atentos sobre quais valores e tradições culturais devemos incluir nas atividades e quais devem ser excluídas; sobre quais as formas de conhecer e de aprender devemos privilegiar.

“Saber o que selecionamos e o que os alunos selecionam faz parte da nossa função de educar e aprender” (SOUZA, 1988, p.18) SOUZA, Jussamara. Transformações globais e respostas de Educação Musical. IN: Anais do 6º Simpósio Paranaense de Educação Musical. Apostila de musicalização na educação. Londrina, 1997.

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As crianças são atraídas pelo que lhes dá prazer, lhes causa excitação, e a escola precisa, por meio desse eixo, atrair constantemente os educandos para o mundo escolar e criar métodos que causem neles esse impacto da fruição em aprender.

Igualmente, faz-se necessário repensarmos nosso fazer pedagógico em busca de novas alternativas, para que a escola não perca seu encanto nem sua musicalidade.

domingo, 25 de novembro de 2007

LEITURA E ESCRITA

A escrita é um objeto interessante e a criança deve descobrir isso, para que possa se apropriar dela.

O que não podemos esquecer que a escrita representa a língua e não a fala.

Quando nossos alunos escrevem, fazem suas hipóteses de escrita, não podemos relacioná-las a sua fala podendo assim comprometer a aprendizagem.

Num lar onde as crianças têm contato com pessoas alfabetizadas, onde a leitura e a escrita ocorrem diariamente, torna–se mais fácil a aprendizagem, pois a escrita cumpre sua função social, há exemplos a ser seguidos.

Os pais têm papel importante no processo de alfabetização, pois podem auxiliar seus filhos na descoberta do código escrito.

Ainda, ao ler histórias e demais textos estabelecem uma relação entre a importância da leitura e da escrita para vida. Da mesma forma, propiciar momentos em que a criança possa escrever livremente, reproduzir a escrita, brincar, ser incentivado a isso.

Temos no grupo de alunos, um menino que veio do lar, pelo que nos foi passado, não teve contato com nenhuma escola infantil, nem com escrita e nem com leitura, teve seus progressos, porém estes não refletem uma aprendizagem a contento da professora, ele ainda não reconhece algumas letras, muito menos fazer associações, quanto a palavras, apresenta um repertório curtíssimo.

Preocupamo-nos muito com isso, pois pensamos que ele não descobriu a importância da escrita e a função social que ela exerce.

Percebemos que em casa os pais e demais familiares não estão contribuindo para que isso ocorra. E isto nos incomoda, pois queremos o sucesso de todos, mas nem todos conseguem atingir os objetivos propostos na série.

Numa mesma classe temos crianças com características totalmente diferentes uma das outras e, todas necessitam de um atendimento individualizado para que possam sanar suas dúvidas, ou provocar outras buscando uma reflexão por parte da criança sobre a suas hipóteses.

REPENSANDO A AVALIAÇÃO

Um instrumento que utilizamos para mensurar graus de conhecimento, a avaliação, tem sua importância e destaque no processo educacional.

Quando recebemos os alunos no início do ano, averiguamos qual a bagagem de conhecimento que ele traz consigo. Depois, analisamos os alunos em relação ao coletivo, sobre o domínio de conteúdos, processos mentais que realizam, sobre atitudes e mudanças evidenciadas.

Então, começamos a entender os nossos alunos e propiciar atividades que provoquem sua curiosidade, que os leve ao encontro do saber.

Para que a aprendizagem ocorra é necessário que o aluno não tenha medo de errar, de tentar, de ousar, de pensar, de refazer, de viver. Precisa ser algo que demande alegria e prazer, tanto para quem ensina, quanto para quem aprende.

“ O professor deve elogiar o aluno quando este obtiver sucesso na aprendizagem, e demonstrar interesse pelo aluno que não logrou êxito, incentivando-o e dando-lhe liberdade para que com outras alternativas, obtenha o resultado certo.” (Sant’Anna, p. 15)

Então, chega o momento em que é necessário fazer uma avaliação, mensurar, classificar.

Nesse sentido, a avaliação não deve ser vista ou usada como algo para ralar os alunos bagunceiros ou beneficiar os mais bonzinhos. Ela deve ser o retrato fiel da construção do conhecimento, as superações de etapas e dificuldades, mudanças de comportamentos.

“Avaliar significa atribuir um valor, não implica em desvalorização.” (Sant’Anna, p.16)

Uma prática muito boa é a auto-avaliação para todos os envolvidos nesse processo.

Saber-se avaliar, quão foi seu comprometimento no processo de ensino-aprendizagem, para após uma boa reflexão, dar prosseguimento a jornada com mais tranquilidade.

Por isso, a avaliação deve ser mais justa, mais digna e humana. Usar ações que realmente irão nortear a aprendizagem e critérios que irão orientar uma boa avaliação.

Este tema é muito instigante, pelo fato de que, nunca estamos seguros quanto à avaliação que fazemos. Não podemos pensar só com a razão. Há todo um histórico, uma caminhada a ser analisada sobre os progressos dos alunos. O que pode impedir um processo normal é o ritmo próprio de cada indivíduo. E isso deve estar bem claro para nós professores quanto para os pais. Os castigos provenientes de uma não aprendizagem podem melindrar ainda mais o quadro daquele aluno que o apresenta. Por isso, pais e professores devem estar sempre em contato para analisar os progressos das suas crianças, para entender, e buscar juntos o sucesso dos mesmos.

sábado, 24 de novembro de 2007

REFLEXÃO SOBRE O FAZER PEDAGÓGICO

Constantemente, nos pegamos refletindo sobre quais as práticas que norteiam o nosso trabalho. Acreditamos que estas e outras reflexões façam parte do dia-a-dia do professor que busca uma postura diferenciada para poder atender a demanda.
É importante sabermos quais as concepções de educação, quem faz ou quem participa do processo, como realiza ou constrói o conhecimento, embasado em que... Estas são perguntas que desacomodam nossa prática. Nesse sentido retrocedemos no tempo e lembramos de várias situações onde não soubemos administrar com sucesso, ou melhor, falhamos. Sabemos que, assim como os alunos, nós também, desenvolvemos aprendizagens e conhecimentos e isto é uma constante, porém devemos ter cuidado, pois lidamos com crianças e adolescentes.
Toda essa gama de informações que nos são apresentadas nos pressiona para buscarmos instrumentos e efetivarmos nossa prática pedagógica. Resta-nos realmente, encararmos o desafio de construir novas bases para uma ação pedagógica conjunta, com princípios descentralizadores e flexíveis que contemplem os eixos da autonomia e da participação responsável.
O saber (fatos e conceitos), o saber fazer (procedimentos) e o ser/conviver (valores, atividades, normas) deverão estar presentes no planejamento do educador, servindo de elementos de auto-formação, na medida em que possibilita o pensar mais sistematizado sobre a realidade, sobre a proposta, sobre a prática pedagógica.
Cabe, então, ao educador resgatar o seu saber docente, a sua cultura pedagógica e de seu grupo e sua condição de sujeito de transformação.
Quando foi implementado, o Referencial Curricular Nacional, através do PRC, nos seus princípios e fundamentos teóricos, este primou por uma educação compatível com as necessidades da sociedade, por isso deu "asas" para a escola, que sempre almejou e lutou por um espaço na construção de uma escola que seja o centro de aprendizagens compartilhadas, que construa o seu próprio projeto de vida e que reflita a sua interação com a comunidade e com seu tempo.
Agora este espaço faz parte das instituições de educação, basta colocá-lo em prática, sendo o educador co-responsável por esta dinâmica e devido a isto deve estar sempre preparado.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O BRINQUEDO FAZ PARTE

Nunca dei o devido valor ao brinquedo, principalmente na sala de aula. Não tenho um conhecimento amplo a cerca da ludicidade, mas já percebi que o brinquedo faz parte da realidade da criança e influencia seu aprendizado. Verifiquei que quando introduzi o brinquedo na sala de aula os alunos desenvolveram mais concentração. A linguagem começou a ficar mais significativa, pois construímos conceitos em cima das brincadeiras e dos brinquedos.

Reciclamos, criando brinquedos com sucata. Aproveitando, criamos regras para brincadeiras inventadas com ele. Além de educativo, foi muito prazeroso.

Assim, pretendo dar continuidade na construção de brinquedos e junto com os alunos, fomentando a criatividade, o trabalho coletivo, o desenvolvimento de habilidades e do conhecimento.

Em casa, quando meus filhos eram pequenos, os brinquedos não duravam muito. Quando visitava outras pessoas e eles mostravam aquela quantidade de brinquedos, quase novos, dentro das caixas, pensava que eu não educara corretamente meus filhos quanto ao cuidado com os brinquedos. Agora, percebo que não estava tão errada e que o “estragar” faz parte da nossa vida. O que precisamos é encontrar alternativas.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Projeto Político-pedagógico

Navegando no Google, garimpando os assuntos que estudamos encontrei um artigo de Paulo Roberto Padilha que trata sobre Projeto Político-pedagógico - Caminho para uma Escola Cidadã mais bela, prazerosa e aprendente, que no seu primeiro parágrafo, com uma linguagem simples e de fácil entendimento para todos, reflete o meu pensamento sobre o PPP, inclusive já comentado em outra ocasião:

"
O projeto político-pedagógico (PPP) da escola pode ser inicialmente entendido como um processo de mudança e de antecipação do futuro, que estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela escola como um todo. Sua dimensão político-pedagógica pressupõe uma construção participativa que envolve ativamente os diversos segmentos escolares. Ao desenvolvê-lo, as pessoas ressignificam suas experiências, refletem suas práticas, resgatam, reafirmam e atualizam valores, explicitam seus sonhos e utopias, demonstram seus saberes, dão sentido aos seus projetos individuais e coletivos, reafirmam suas identidades, estabelecem novas relações de convivência e indicam um horizonte de novos caminhos, possibilidades e propostas de ação. Este movimento visa à promoção da transformação necessária e desejada pelo coletivo escolar e comunitário. Nesse sentido, o projeto político-pedagógico é praxis, ou seja, ação humana transformadora, resultado de um planejamento dialógico, resistência e alternativa ao projeto de escola e de sociedade burocrático, centralizado e descendente. Ele é movimento de ação-reflexão-ação, que enfatiza o grau de influência que as decisões tomadas na escola exercem nos demais níveis educacionais."

Penso que devia contemplá-lo no blog, uma vez que temos a tarefa de rever o PPP, anualmente, buscando atualizá-lo conforme as necessidades da comunidade escolar. Sou simpatizante do resgate de valores já quase esquecidos ou substituídos pela globalização e pela velocidade das informações. As pessoas não tiram tempo para observar, refletir, ressignificar. Claro que, devemos acompanhar a tecnologia, mas não esquecer da nossa principal condição humana: o ser, o relacionar-se, o com(n)viver, ainda mais dentro de uma escola onde temos a oportunidade de trocar conhecimentos e experiências.

sábado, 10 de novembro de 2007

Acertando o passo

Na quinta-feira, dia 08/11/2007, tivemos aula presencial de Música. Nesta aula pudemos, melhorar a nossa coordenação, um pouquinho. Trabalhamos com elementos fundamentais da música: ritmo, melodia e harmonia, parâmetros do som: intensidade, altura, timbre, duração e o tempo na música: compassos binário, ternário e quaternário. Foi muito esclarecedor, pois confundíamos alguns conceitos. Por exemplo ritmo X melodia, intensidade X altura. Fizemos boas atividades, literalmente, acertamos o passo! Sempre quisemos trabalhar música com os alunos, porém não tínhamos noção para fazê-lo. Assim, através das atividades desenvolvidas, podemos propor alguns exercícios que envolvam este aprendizado com os alunos.

Arte Contemporânea

Foi muito boa nossa ida a PoA ver a Exposição de Arte Contemporânea - 6ª Bienal do Mercosul.
Nosso grupo, realmente, é muito show! Aos poucos estamos nos integrando e isso da mais qualidade nas relações de estudo e de amizade.
Hoje, aprendemos a ver a arte com olhos mais reflexivos, ainda mais com o "anjo" Gabriel de guia...!

Na mostra Zona Franca, vimos obras individuais, A mostra dos trabalhos prima pela liberdade de critérios, sem limites geográficos, nem formatos, apenas apresentar projetos artísticos mais significativos da atualidade.
Percebemos a mensagem que o artista quis passar em suas obras, o que nos remete a idéia de várias atividades a serem realizadas com nossos alunos, usando o tempo e o espaço.

Na mostra Conversas, percebemos o diálogo existente entre as obras, as chamadas inter-relações artísticas e culturais entre o Mercosul e o Mundo. O curador convida um artista, este convida mais dois artistas que possam fazer uma relação com sua obra, por fim o curador escolhe mais um artista que faça uma relação - conversa com as demais. É muito interessante o sentido que "as conversas" existentes entre as obra nos provocam. Desta forma, penso que podemos realizar trabalhos com nossos alunos com o mesmo sentido - um diálogo -onde um conversa com a obra do outro.

Inclusive realizei alguns trabalhos com os alunos de 5ª a 8ª séries e depois vimos quais os possíveis diálogos existentes entre eles, os significados, as mensagens que podíamos tirar daquilo que estávamos observando. Os alunos gostaram muito da atividade, pois ela entrou em outros campos do conhecimento.

domingo, 4 de novembro de 2007

Usando Tags

Não tinha usado os tags antes, porque não sabia que eram os marcadores. Também não sei o que pensei sobre eles. Mas com certeza foi algo inacreditável e muito difícil. Ao contrário do que se pensa, fazemos o bicho maior do que é. Isto é preconceito. Precisamos nos oportunizar novos conhecimentos e não termer a tecnologia.

Currículo, Didática e Projeto Político-Pedagógico

Inicialmente pensava Currículo como a compreensão de todas as ações realizadas entre o pensar e o fazer, buscando uma relação do teórico com o prático, do que está dentro de quatro paredes com o mundo. Envolve uma gama de conhecimentos e habilidades. Vai desde a maneira como eu recebo meus alunos até a hora em que me despeço. Tudo o que acontece entre o “oi” e o “tchau” é afetividade, é solidariedade, é aprendizagem.

Percebo que Currículo vai mais além, pois é um percurso que realizamos a partir de um conjunto de disciplinas que deverão ser pensadas, organizadas, ministradas e agregadas aos saberes trazidos pelo aluno para transformá-los em conhecimento.


"O currículo aparece, assim, como o conjunto de objetivos de aprendizagem selecionados que devem dar lugar à criação de experiências apropriadas que tenham efeitos cumulativos avaliáveis, de modo que se possa manter o sistema numa revisão constante, para que nele se operem as oportunas reacomodações" O currículo: os conteúdos do ensino ou uma análise prática? Compreender e Transformar o Ensino. Porto Alegre, Armed, 2000:46.

Quando pensei em Didática como o fazer pedagógico, o processo de ensino-aprendizagem, onde se ensina algo, trabalha-se com intuito de fixação, faz-se uma relação com a realidade buscando uma aplicação, daí pela compreensão, aprende-se; ou a maneira como apresentamos o conhecimento ou que levamos o aluno a refletir sobre os conhecimentos apresentados levou-me a reflexão de que a Didática envolve a arte e a técnica de orientar a aprendizagem. Nesse sentido é importante antecipar a ação através do pensamento de como fazer, organizar o tempo de explanação e das atividades, propiciar um acompanhamento agradável, provocando reflexões, gerando desacomodação, levando o educando na busca do conhecimento e entendimento do mundo.

Há uma didática implícita na orientação do trabalho escolar, pois, de alguma forma, o professor se põe diante de uma classe com a tarefa de orientar a aprendizagem dos alunos. A atividade escolar é centrada na discussão do meio socioeconômico e cultural, da comunidade local, com seus recursos e necessidades, tendo em vista a ação coletiva frente a esses problemas e realidade. O trabalho escolar não se assenta, prioritariamente, nos conteúdos de ensino já sistematizados, mas no processo de participação ativa nas discussões e nas ações práticas sobre questões da realidade social imediata”. LIBÂNEO apud BOMFIN (1995, p. 83) in Pedagogia no Treinamento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995.

Projeto Político-pedagógico vem a ser todas as ações pensadas pela comunidade escolar, buscando melhorias tanto na parte física como na parte pedagógica da escola. Uma escola que não trabalha com projetos educacionais que visem uma integração com a comunidade, pode pensá-lo e realizá-lo. Mesmo porque é necessário que haja ações nesse sentido, integrar comunidade e escola.

“A autonomia da escola é, pois, um exercício de democratização de um espaço público (...) A autonomia coloca na escola a responsabilidade de prestar contas do que faz ou deixa de fazer, sem repassar para outro setor essa tarefa e, ao aproximar escola e famílias, é capaz de permitir uma participação realmente efetiva da comunidade, o que a caracteriza como uma categoria eminentemente democrática.” VEIGA, 2000. Página 99

São muitas as ações possíveis e palpáveis, porém devem ser pensadas por todos os segmentos da escola.

Vai desde ações pedagógicas a reformas e construções, sempre visando o bem-estar e a aprendizagem daqueles que usufruem a escola. Em tempos de inclusão, também é importante adequar o ambiente escolar a nova realidade.

Nele está contido a filosofia da escola e as funções de toda a comunidade escolar através de seus segmentos.

É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por quem, para chegar a que resultados. Além disso, explicita uma filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade da escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização da identidade da escola ... (grifo nosso) “VEIGA, 2000. Página 110”.

Assim, o Currículo e a Didática estão contemplados no Projeto Político-pedagógico, porque é necessário que a escola seja pensada como um todo e tenha sua função bem clara e descrita no PPP. Este Projeto Político-pedagógico deve ser o retrato fiel do pensamento de todas as pessoas envolvidas na escola. Da mesma forma, este documento não pode ser guardado ele precisa ser vivenciado, avaliado, redimensionado, sempre.

“O projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com os interesses reais e coletivos da população majoritária”.

“(...) Na dimensão pedagógica reside à possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade.” VEIGA, Ilma Passos A. (org.). Projeto político-pedagógico da escola. Campinas: Papirus, 1995.