terça-feira, 10 de novembro de 2009

Reflexões

Nunca trabalhei com EJA, mas já havia manifestado o desejo de fazê-lo. Fiquei muito perplexa ao saber que a EJA que havia na escola municipal em que atuo fechou por falta de alunos. Se é correto afirmar que ainda existe um número expressivo de pessoas analfabetas, como pode isso acontecer? O que desmotivou esses alunos a desistirem do curso? Será que foi porque não ganharam um incentivo monetário como o Projovem? É de se pensar. Para um adulto, sentir-se alfabetizado, usufruir dessa nova condição de participar de forma igualitária com as demais pessoas, interagir com o mundo e se apropriar das tecnologias, não tem preço. Nesse sentido, não consigo entender o que está acontecendo. Inclusive os três ou quatro que acompanhavam ainda tiveram que parar, não terminaram o ano. Penso que precisamos rever isso. É desumano e inaceitável que isso possa estar acontecendo num município tão próspero.

Mas deixando as mazelas de lado, o que me chamou mais atenção na EJA foi a forma como são ministradas as aulas (ou como deveriam ser ministradas). Essa valorização do conhecimento prévio, a forma como o dia-a-dia é abordado em consonância com os conteúdos a serem desenvolvidos, a leitura de mundo, o resgate do cidadão, a troca de experiências e, claro, um professor mediador, que faça a desacomodação dos saberes, buscando fortalecer a aprendizagem, tudo isso garante que a EJA tenha êxito e mantenha-se vivo na comunidade.
Penso que, as pessoas que são alunos da EJA, por perderem muito tempo na vida, estando fora das escola, hoje precisam sentir-se vivos participando não só dos encontros, mas em outras atividades pertinentes ao sua aprendizagem e desenvolvimento pessoal.

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Maria Lucia! Trazes questionamentos muito pertinentes para a tua realidade. Precisamos pensar por que os alunos acabam abandonando a EJA. Será que podemos pensar em fatores didáticos e sócio-econômicos? Abração!!